Estudo
Texto
de Pedro Castro Esteves • 14/09/2017
Novo estudo
revela que as partículas de tinta usada em tatuagens viajam pelo corpo.
Investigadores recomendam que se tenha mais atenção à composição química
das tintas

Um relatório da Comissão Europeia de 2016 já alertava
para o facto de, na Europa, alguns produtos usados em tintas para
tatuagens conterem "químicos perigosos". Agora, um novo estudo publicado
na Scientific Reports diz
que partículas microscópicas de tinta (nanopartículas) viajam pelo
corpo humano e chegam aos gânglios linfáticos, parte importante do
sistema imunitário.
Os autores do estudo descobriram que estas nanopartículas incluem
conservantes e contaminantes como magnésio, cobalto, crómio ou níquel.
As tintas usadas para tatuar costumam conter negro-de-fumo (uma espécie
de fuligem com resinas queimadas) e dióxido de titânio, também utilizado
em alimentos e protectores solares.
Em 2005, escreveu o The Guardian,
um juiz do estado norte-americano da Califórnia ordenou que dois
grandes produtores de tinta para tatuagens incluíssem um rótulo com
vários avisos aos consumidores, entre eles o de presença de “metais
pesados” que podem provocar “cancro e deficiências de nascimento” e
afectar a reprodução. “Quando as pessoas querem fazer uma tatuagem, são
frequentemente cuidadosas a escolher um estúdio onde se usam agulhas
esterilizadas, que nunca foram usadas antes. Ninguém verifica a
composição química das tintas, mas o nosso estudo sugere que talvez isso
deva ser feito”, explica Hiram Castillo, um dos autores e cientista no European Synchrotron Radiation Facility, em Grenoble, França.
As glândulas linfáticas contêm glóbulos brancos e ajudam o corpo a
combater infecções. Um dos objectivos deste estudo é “providenciar
provas analíticas da distribuição de partículas pelo corpo humano”. Uma
vez terminada a investigação, os cientistas reportaram “fortes
evidências da migração das partículas e da deposição, a longo prazo, de
elementos tóxicos” no corpo.
(...)
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